21/04/2008

Coragem!!!

"Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma." (At 23:11)

Há uma grande perseguição ao cristianismo pelo mundo. Segundo reportagens veiculadas pelo Portas Abertas, por exemplo, na Somália, extremistas islâmicos infiltrados na polícia estão ameaçando e matando cristãos que não aceitam se converter ao islamismo. Quando a organização ICC (International Christian Concern - Interesse Cristão Internacional) perguntou ao representante desse país nos Estados Unidos, ele respondeu: "não existem cristãos na Somália"! Também, na Índia, radicais hindus distribuem folhetos listando crimes cristãos: “Tratar todo o mundo com carinho, mostrando compaixão ao desamparado, ajudar os pobres e convertê-los, educar os órfãos e os converter, promover liberdade para se casar, promover cuidados médicos gratuitos e ignorar o sistema de castas” . Nessa nação é comum pastores serem açoitados, reuniões de oração serem interrompidas, bíblias ou livros cristãos serem queimados, igrejas serem apedrejadas e incendiadas. Planos são arquitetados para atrair cristãos aos templos forçando-os à conversão; seja por falsas ofertas de trabalho, por ameaças de morte ou fazendo-os acreditar que estão indo à escritórios do governo.

De modo geral, em diversos países, pastores (e suas famílias) são coagidos, presos, torturados e mortos. Templos são destruídos. Igrejas são proibidas de realizar o culto, de prestar serviço à comunidade, enfim, de existir! Esses são alguns poucos exemplos da perseguição generalizada a que o povo de Deus vem sofrendo no mundo. Contudo, como Jesus mesmo afirmou em sua Palavra: "no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16:33b). Ora, as próprias Escrituras declaram quem é o príncipe e governador desse mundo: Satanás, o adversário e acusador do Corpo de Cristo. Logo, não devemos estranhar "a ardente prova que vem sobre vós" (1 Pe 4:12), conforme Pedro diz em sua primeira epistola, não devemos achar estranho, como se fosse algo incomum, pois se a Igreja de Cristo é perseguida, o padecer é necessário para a manifestação da glória de Deus! É pela participação nas aflições de Jesus, que a Igreja de Cristo é aperfeiçoada e a fé é provada!

Como exemplo, analisando a Igreja primitiva, percebe-se que as manifestações do poder de Deus no meio do povo, mediante a vida dos apóstolos, era diretamente proporcional à intensidade do sofrimento pelo qual a mesma passava. É por isso que embora sejam difíceis os desafios dos missionários e evangelistas nos países intolerantes ao cristianismo, mais e mais o Senhor tem abençoado estas comunidades, trazendo miraculosamente a sobrevivência e o crescimento da Igreja. Certamente, porque, em situações de pressão, o crente não tenha outra opção do que correr para os braços do Pai Celestial!


Entretanto, o que vemos hoje em nossa nação? Crentes carnais, neófitos, desnutridos e superficiais espiritualmente; apáticos, egoístas, cuidando de seus próprios interesses ao invés de buscar a vontade do Pai. Por causa disso, ironicamente, a Igreja de Cristo, no Brasil, assim como se canta no hino nacional, permanece "deitada eternamente em berço esplêndido"... As congregações estão enfermas, sem visão, corrompidas, ricas em bens materiais mas pobres na manifestação da glória do Senhor. Esse é o perigoso tempo da apostasia da fé, vislumbrado por Paulo, o apóstolo:


SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés [na tradição Hebraica, dois magos de Faraó que tentaram imitar as pragas do Egito], assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. (2 Tm 3:1-9)


Todavia, o juízo de Deus não tarda! Ele disciplina Seus Filhos conforme Sua Palavra, separando o joio do trigo, purificando-os mediante diversas provações; trazendo à luz toda a impiedade que contamina Sua Santa Igreja. A exemplo de Paulo, o verdadeiro crente, que compartilha dos sofrimentos de Cristo, por intermédio do acrisolamento da fé carrega as marcas da cruz em seu próprio corpo (Gl 6:17; 1 Pe 4:12-16). E para aquele que realmente é filho de Deus, servo do Senhor Jesus, o Mestre constantemente declara: "Tharsei!" Coragem! Tende bom ânimo! Seja ousado!


Após três viagens missionárias, pregando aos gentios, o apóstolo sentia-se impelido pelo Espírito a retornar a Jerusalém. Mesmo estando ciente dos riscos que esta decisão representava, ele sabia que era da vontade do Senhor que voltasse (At 21:10-14). Quando finalmente chegou à cidade, foi recebido por irmãos que, temendo a reação das autoridades judaicas diante da presença do apóstolo, o orientaram a cumprir o ritual de purificação no templo junto com quatro homens que haviam feito voto, a fim de demonstrar ao povo que o mesmo era cumpridor das tradições da Lei de Moisés. Para dar bom testemunho diante de seus conterrâneos, Paulo aceitando a proposta, dirigiu-se ao templo, permanecendo lá no prazo de sete dias estipulado pelas tradições.


Entretanto, no findar do período, alguns judeus, percebendo sua presença no templo, alvoroçaram a multidão afirmando falsamente que ele havia introduzido gentios no santuário. Estando em grande revolta, o povo o arrebatou do templo, espancando-o de tal modo que foi necessária a intervenção da guarda para cessar a turba. Como não se chegava em um consenso sobre qual crime ele havia cometido, o tribuno, a autoridade romana, ordenou que o levassem à fortaleza para averiguações. Ao subirem as escadas, o apóstolo pediu a palavra ao centurião para se defender, mas, essa ação só fez aumentar a celeuma, obrigando a guarda a carregá-lo tirando-o dali e levando-o à fortaleza, evitando assim que a multidão o matasse.


O tribuno, desejando conhecer a causa por que Paulo era acusado, mandou vir o conselho de anciões da cidade, o Sinédrio, apresentando aquele perante eles. O apóstolo, aproveitando a ocasião, baseando seu argumento na ressurreição dos mortos, levou a uma dissenção entre os fariseus (que eram a favor) e saduceus (que eram contrários). Conforme a discussão entre estas facções tornava-se mais acirrada, temendo pela vida de Paulo, o tribuno convocou a soldadesca para retirá-lo dali, escoltando-o de volta à fortaleza.


Durante a noite, Paulo encontrava-se encerrado em prisão, mui ferido, ansioso, solitário, oprimido, sem esperança... É neste contexto que Jesus se revela ao apostolo, dizendo: "Seja corajoso! Eu tenho visto como você tem sido Minha testemunha até aqui em Jerusalém... Mas saiba que sua carreira ainda não terminou... Você ainda será Minha testemunha em Roma!" Imagine o que passava na mente do apóstolo ao ter confirmada sua missão de pregar o evangelho na mais poderosa cidade do mundo, a capital do império romano! Trazendo à nossa realidade, há alguns aspectos desse singular versículo que devem ser abordados:


Quando Jesus apareceu era noite. Tudo estava em densas trevas. Aos olhos naturais não havia esperança para Paulo! Ele estava à beira da condenação. Quantos cristãos passando por circunstâncias tenebrosas da vida tem vontade de desistir de tudo? Quantas vezes o crente passa por momentos em que questiona a Deus o motivo, porém a única resposta é o silêncio? A sensação é que fomos abandonados por Deus à própria sorte!


Jesus apareceu ao lado de Paulo. O Senhor não havia abandonado o Seu servo. Ele sempre estava ao lado dele! Jamais seria esquecido, como declara o salmista: "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo" (Sl 23:4a). Ou "por que dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?" (Is 40:27)... Deus é fiel! E mesmo em face de todas as perseguições Paulo tinha consciência que o Senhor não o havia abandonado. Tanto é verdade que, como ele mesmo afirmou a Timóteo, seu filho na fé, apesar de todas as perseguições que sofria, o SENHOR de TODAS o livrou (2 Tm 3:11)...


A primeira palavra que o Mestre diz a Paulo é "Coragem"! Tende bom ânimo! Seja ousado! Persevera! Mesmo diante de tão grandes obstáculos, o crente deve permanecer na corrida, perseverando até alcançar o prêmio! O Corpo de Cristo precisa de homens corajosos como Davi, que não temia ursos, leões e nem sequer gigantes como Golias, pois sua confiança permanecia sempre estribada em Deus: "O SENHOR me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu" (1 Sm 17:37)!


Jesus conhecia os passos de Paulo e sabia qual era a real situação do apóstolo. Ele viu o testemunho dado por ele frente à cidade de Jerusalém! Muitos de nós achamos que Deus nos abandonou de tal modo que desconhece o sofrimento a que estamos passando. Mas essa afirmação é uma mentira! Pois "tu [o Eterno] contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?" (Sl 56:8)...


Nosso Senhor dá um novo desafio ao apóstolo. Ampliando a visão para além dos limites da percepção humana, mediante a fé de Paulo, o Eterno impulsiona o homem para cumprir a carreira proposta. Afinal, toda a capacitação vem por meio do Espírito Santo; Dele vem tanto o querer quanto o realizar! Cristo Jesus é o Autor (a origem, o princípio, o ponto de largada) e o Consumador (o fim, o ponto de chegada) de nossa fé!


Ora, de modo semelhante, Josué também foi um homem impactado pela mensagem de ousadia transmitida pela Palavra de Deus. Um homem que apesar de todas as adversidades, confiava em Deus, aproveitando as oportunidades que o Eterno proporcionava a ele. E tudo começou quando o Senhor se revelou, dizendo:


"Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso limite. Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais. Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares." (Js 1:2-9)

Moisés, o grande líder que havia tirado Israel do Egito estava morto. O homem que havia feito tantos milagres pelo poder do Senhor já não estava entre eles. Como o povo iria sobreviver sem ele? Provavelmente, na mente de Josué havia uma profusão de pensamentos de dúvida, insegurança e medo: "Como poderei SOZINHO liderar um povo tão grande para conquistar a terra prometida?" Por diversas vezes o crente se pergunta: "será que conseguirei completar a a minha corrida?" E o Senhor, ciente dos questionamentos que constantemente passam na mente de Seus Filhos, afirma: "Eu sei que Moisés está morto... Contudo, DISPÕE-TE, AGORA! Corra! Não desista!


Em primeiro lugar, o Senhor afirma: "Continue! NINGUÈM poderá te resistir, pois assim como fui com Moisés assim serei contigo! Não te deixarei e jamais te abandonarei!". É interessante observar que o Eterno começa seu dialogo com essas palavras e o termina de maneira similar: "não temas nem te espantes pois eu serei contigo!". Algo similar pode ser encontrado no evangelho de Mateus. Logo no primeiro capítulo, é descrito o nascimento de Jesus, no qual é confirmada a profecia que seria dado a ele o nome de "Emanuel" ou Deus conosco. Já no último capítulo do evangelho, Jesus termina a Grande Comissão afirmando: "... e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos"! Tanto no princípio como no fim Ele está conosco! O Senhor é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, Ele nos colocou na corrida e vai estar ao nosso lado até o fim!

Outro aspecto a ser observado no relato de Josué, é o caráter simétrico das palavras do Senhor. Entende-se por simetria a justa proporção de duas partes, localizadas em lados opostos de uma linha ou em torno de um centro. Por exemplo, o rosto humano é relativamente simétrico, ou seja, se dividirmos o rosto com uma linha vertical, passando bem em cima do nariz, teremos duas partes semelhantes: uma orelha, um olho, uma sobrancelha, meia boca, meio nariz, etc... Todas com proporções parecidas. Assim, se dividirmos a declaração do Eterno para Josué, na metade, encontraremos partes parecidas:

1º - Deus é Conosco: "Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei."

2º - Deus enfatiza a necessidade de Perseverança: "Sê forte e corajoso"

3º - A Promessa: "porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais."

4º - Deus enfatiza a necessidade de Perseverança: "Tão-somente sê forte e mui corajoso..."

5º - A condição para a Promessa: "para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido."

6º - Deus enfatiza a necessidade de Perseverança: "Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes,"

7º - Deus é Conosco: "porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares."

Bem no centro dessa declaração está a mesma palavra que Jesus disse a Paulo: "Coragem!" Não desista! Seja ousado! Persevera! Ela é o cerne da mensagem de Deus: "Porque necessitais de PERSEVERANÇA, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa" (Hb 10:36) e, sendo assim, "nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com PERSEVERANÇA a carreira que nos está proposta" (Hb 12:1) ...

Fazendo uma analogia, imagine que esta mensagem simétrica é como um sanduíche de hamburguer, queijo e molho. Jesus (Deus conosco) é o pão (da vida!), a carne e o queijo são respectivamente a promessa e sua condição. Ora, existe graça em algum sanduiche sem molho? Pode ser catchup, mostarda ou maionese, mas comer simplesmente pão, carne e queijo, a sensação é de que está faltando alguma coisa... Por conseguinte, do mesmo modo que o molho dá um sabor diferente, a perseverança é essencial! E, particularmente, como espalharíamos o molho no sanduíche? Não seria entre os pães, a carne e o queijo, de forma que ficasse bem abundante? Assim também o Senhor nos revela a importância da perseverança na corrida citando por três vezes a expressão: "Sê forte e corajoso"! O cristão deve compreender o que uma vida de perseverança pode fazer à sua corrida! Ela é o combustível e o lubrificante do corredor!

Por fim, analisemos o "recheio do sanduíche", isto é, a promessa e sua condição de se cumprir. A terra prometida de Israel é sombra de algo muito maior revelado na vida de Cristo: a promessa de descanso para todos aqueles que crêem em Seu nome! Jesus prometeu que todos aqueles que viessem a ele seriam aliviados de sua carga, seu fardo, pois, como Ele mesmo declara na Palavra, "o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11:30).

Todavia, para o crente alcançar a promessa é vital que ele perservere em cumprir sua condição. E qual seria ela? A condição é fazer conforme toda a lei de Deus; é andar não se desviando nem para a direita ou para esquerda; é não cessar de falar sobre o livro da lei; é meditar de dia e de noite nos mandamentos do Senhor! Em outras palavras, é essencial uma busca constante e frequente pela leitura das Escrituras, com o intuito de ocupar a mente com a lei do Senhor, declarando através de sua boca em orações, súplicas, louvor e adoração os preceitos de Deus; demonstrando através de ações e na caminhada diária um caráter renovado e transformado pela Palavra do Eterno! Ou seja, tendo se enchido na mente, externando com a boca o que está cheio o coração, o crente é capaz de obedecer a seu Mestre demonstrando pelas suas mãos (obras) e pés (vida) a nova natureza de Cristo germinando em seu interior!

Quando Paulo recebeu essa palavra de conforto do Senhor Jesus, poderia ter pensado, como muitos cristãos hoje pensam, que a partir daquele instante tudo iria melhorar! Que terrível engano! Pois, em breve, ele perceberia que a pressão tenderia a aumentar cada vez mais... Destarte, logo no texto seguinte, é narrado o acontecimento de que mais de 40 homens fizeram voto de não comer ou beber até que Paulo estivesse morto! Como se não bastasse, após obter o livramento do Senhor, permaneceu em prisão dois anos, passou por naufrágio, foi picado mortalmente por uma víbora, perseguido, ferido, foi privado da convivência com entes e amigos, abandonado por seus queridos companheiros, tudo em nome do Evangelho, para honra e glória do Senhor Jesus!

Semelhantemente, com oitenta anos, Josué teve que enfrentar seus inimigos no campo de batalha. Não foram disputas fáceis, mas o Senhor, similar ao que ocorreu com Paulo, de todos os perigos trouxe o livramento! Começando ao sul da Palestina, por Jericó e Ai, iniciou uma série de campanhas bem sucedidas que resultou na conquista da Terra Prometida. O Senhor derrubou muralhas, fez parar o sol, trouxe saraiva de pedras sobre os inimigos... E após o repousar da guerra, Josué fez a divisão da terra às doze tribos de Israel. Com cento e dez anos, descansou, deixando um legado de obediência ao povo de Israel que, mesmo após sua morte, foi lembrado e mantido pelas mãos dos anciões que o conheceram até muito tempo depois.

Ao se comparar a vida desses dois homens percebe-se que o diferencial foi a resposta de ambos diante do chamado do Senhor: "Sê corajoso"! Passando por todos os obstáculos, enfrentando gigantes, sem desistir, sem desanimar, olhando firmemente para a "terra prometida", o Eu Sou, Jesus! Destarte, Paulo no final de sua vida constatou:

Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (...) Mas o Senhor esteve ao meu lado e me fortaleceu, para que por mim fosse cumprida a pregação, e a ouvissem todos os gentios; e fiquei livre da boca do leão, E o Senhor me livrará de toda má obra, e me levará salvo para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém. (2 Tm 4:6-8, 17-18)

Hoje o Senhor tem procurado homens e mulheres que sejam corajosas testemunhas, seja por palavras ou atos. Ele está constantemente nos convocando, nos momentos de maior escuridão na vida do crente. Seus olhos estão postos diante do justo, Ele está sempre com aqueles que o amam, Seus escolhidos. Ele conhece quais são as suas necessidades e sabe como está sua corrida. O Senhor é um pai de família de braços abertos incentivando seu filho pequeno a dar os primeiros passos. Ele tem uma meta e aguarda ansiosamente que ela seja cumprida. Para preparar Seus filhos Ele concede Sua Palavra, modo pelo qual o cristão se prepara para terminar a corrida. É essencial ao crente, portanto, guardar os mandamentos de Deus no coração, praticando Sua lei, com PERSEVERANÇA, a fim de alcançar o tão desejado galardão!

12/04/2008

Ira e Santidade: ordem no Caos

“O vinho não embriaga tanto ao homem como o primeiro movimento da ira, pois ele cega o entendimento sem deixar luz para a razão”. (Alemán, Mateo; em "Guzmán de Alfarache")

“Ira no lar é como o verme numa planta”. (Textos judaicos, em "Máxima hassídica")

“O varão mais forte é aquele que sabe dominar-se na hora da ira” (Maomé)

A ira é um forte sentimento de raiva, rancor, ódio e indignação, um conjunto de emoções inclinadas à violência , em diversas situações levando a um desejo de vingança. “Ira é um sentimento mental e emotivo de conflito com o mundo externo ou consigo mesmo, que controlamos pouco e manejamos pior ainda, deixando-nos fora de nossas ações.” (Wikipedia). A ira sempre foi objeto de estudo e análise do conhecimento humano em todas as suas facetas, seja, por exemplo, nas religiões, na Filosofia ou na Ciência. Pensadores como Aristóteles e Sêneca buscaram entender o comportamento irascível do homem, sua natureza explosiva, violenta e efêmera. Considerada pela Igreja Católica como um dos sete pecados capitais, isto é, segundo ela, aqueles que a praticassem seriam merecedores de condenação ao inferno, contudo, na Palavra de Deus é paradoxalmente apresentada tanto como um sentimento humano quanto um componente da natureza de Deus. Como pode ser isso? Como a Palavra Deus pode afirmar que algo tão negativo faz parte do caráter divino?

A Biblia afirma que há dois tipos de ira: uma, derivada da carne, do caráter pecaminoso encontrado na humanidade, e outra encontrada na natureza Santa de Deus. Cabe ressaltar que no Novo Testamento duas palavras gregas são utilizadas para significar este sentimento: orge e thumos. A primeira indica uma disposição mental mais branda, contida, porém duradoura, normalmente vinculada ao desejo de tomar vingança no futuro, muitas vezes definida como raiva ou indignação. Ela aparece nas Escrituras tanto para descrever a ira do homem (Ef 4:31; Cl3:8) como a de Deus (Mt 3:7; Rm 1:18, 9:22).

Por outro lado, thumos indica uma condição mais agitada de sentimentos – cólera ou furor - uma explosão repentina de ira decorrente de indignação interior, mas que brevemente se apaga. É característico, logo, do que se inflama depressa e rapidamente cessa. Este termo é encontrado 18 vezes no NT, sendo que em 8 das aparições há relação com a ira divina, constando uma delas em Rm 2:8, na qual aparece os dois termos juntos – “ira [thumos] e indignação [orge]” - e 7 delas no livro de Apocalipse (Ap 14:10,19; 15:1,7; 16:1,19; 19:15). As outras 10 referências restantes são relativas ao comportamento pecaminoso da humanidade ou de Satanás (Lc 4:28; At 19:28; 2Co 12:20; Gl 5:20; Ef 4:31; Cl 3:8; Hb 11:27; Ap 12:12; 14:8; 18:3 ).

Observa-se então que a ira explosiva de Deus é citada sete vezes em Apocalipse sempre relacionada à cólera do julgamento divino no Dia do Senhor, quando os adoradores da Besta beberão o “vinho da cólera de Deus”, no dia da colheita das uvas (nações) para o “lagar da ira de Deus”, em que serão derramadas as “sete taças da cólera de Deus”, onde o Verbo de Deus (Jesus) pisará esmagando seus inimigos:

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça. (...) Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.” (Ap 19:11,15)






Seria uma simples coincidência o fato de que o termo "thumos" é citado sete vezes (número que significa perfeição) em Apocalipse? Ou que, em Romanos, no capítulo 2 e versículo 8, seja a única vez que se faz referência além do Livro das Revelações, venha acompanhado do termo "orge"? Em outras palavras, que a ira explosiva e repentina a ser revelada no Dia do Juízo, apareça juntamente com a indignação divina contida porém permanente? Ora, há uma verdade espiritual escondida neste versículo, a qual é a chave para se entender a ira divina!




E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas tu as riquezas da sua BENIGNIDADE, e PACIÊNCIA e LONGANIMIDADE, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, ENTESOURAS IRA para ti no DIA DA IRA e da MANIFESTAÇÃO DO JUIZO DE DEUS; o qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; mas a INDIGNAÇÃO [orge] e a IRA [thumos] aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade (...) (Rm 2:3-8)



A Ira de Deus é certa e iminente. A Palavra de Deus não mente, não se engana (Sl 119:160; Jo 17:17; Tt 1:2). Ninguém poderá se esquivar dela. Sua Palavra é que discerne a verdade da mentira (Hb 4:12). Nada pode escapar de Seu juízo (Jl 2:3). Não há um "jeitinho" brasileiro! O Eterno é onisciente e onipresente conhecendo toda intenção do coração humano e julgará a cada um conforme suas obras (Pv 20:27; 24:12; Ap 2:23). Portanto, todos os homens, sem exceção, comparecerão perante o Altíssimo para serem julgados segundo as intenções de seus corações:



E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras. (Ap 20:11-13)




A Ira de Deus é contida pela Sua Paciência. O Senhor Jeová é "tardio em irar-se", misericordioso e compassivo (Ex 34:6; Nm 14:18; Sl 103:8). Longanimidade faz parte do caráter divino: Deus é paciente com Seus escolhidos (Lc 18:7) e Seus inimigos (Rm 9:22-23) contendo Sua Ira até que o tempo da plenitude dos gentios chegue ao fim e a salvação de Israel se cumpra pela segunda vinda de Cristo (Rm 11:25-26).


A Ira de Deus é reservada ao Pecado. É destinada àqueles que são desobedientes à verdade, que rejeitam o Evangelho, abraçando a iniqüidade e a perversão (Rm 1:16). Todo aquele que rejeitar a obra da Cruz já está julgado (Jo 3:18) e será condenado (Mc 16:16).



A Ira de Deus é também visível no presente. Embora ela somente manifestar-se-á no dia do Juízo e da vingança de nosso Deus, já pode ser vista no presente, no envio do engano de Satanás, cegando o entendimento dos incrédulos para que não percebessem a luz do evangelho (2 Co 4:4), a "operação do erro" (2 Ts 2:7-11). Porque, como a humanidade não reconheceu a Deus preferindo adorar a criatura do que o Criador, Ele entregou o pecador a uma disposição mental reprovável, para que cada vez mais se afunde na lama da promiscuidade e perversão:


Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador (...) Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pais; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, sem misericórdia; os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam. (Rm 1:24-32)

Portanto, a ira divina é um instrumento de Sua justiça para proteger Sua natureza santa. E, se há um caráter primordial de Deus, Sua Santidade é a principal. Deus é Santo (Is 6:3; Ap 4:8) e ele exige que todos aqueles que se aproximem Dele sejam também santos (1 Pe 1:15-16). Ser Santo, significa estar separado de todas as coisas, Ele é o Criador e Sua própria natureza o torna diferente de Suas criaturas: "A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? -- diz o Santo" (Is 40:25). Ele considera toda as nações "como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança" (Is 40:15), ou seja, nada são perante Sua majestade e glória. É Ele que concede ou retira a vida (1 Sm 2:6). Por isso todo homem deve temê-lo e adorá-lo (Sl 33:8; Sl 150:6; Jr 32:39). Como disse Habacuque, "Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar" (Hc 1:13a). Deus é puro, sem mácula. Nele não há impureza. O Senhor abomina o pecado e odeia a todos que praticam a iniquidade (Sl 5:4-5).


O homem vil, o homem iníquo, anda com a perversidade na boca, pisca os olhos, faz sinais com os pés, e acena com os dedos; perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas. Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina: olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente; coração que maquina projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal; testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos. (Pv 6:12-19)

Contudo, para se compreender a importância de Sua ira é necessário entender a gravidade do pecado. Pecado é toda transgressão à lei divina (1 Jo 3:14). Assim quando Adão desobedeceu à ordem de Deus comendo do fruto da àrvore do conhecimento do Bem e do Mal, ele não só violou este mandamento como trouxe graves consequências à toda criação (Gn 3:16-18). Toda lei criada por Deus tem como objetivo trazer ordem ao universo. Por exemplo, a lei da gravidade é vital para manutenção da vida na Terra. É ela que retêm a matéria na superfície do planeta, sem ela, não haveria atmosfera respirável, mares, oceanos e todas as criaturas estariam vagando pelo espaço à deriva. Seria o triunfo do caos sobre a ordem.

Assim, toda lei natural ou espiritual tem como função essencial estabelecer a ordem na desordem. Pode se afirmar, então, que com o advento da queda do homem, surge o princípio da entropia, segunda lei da termodinâmica, que declara que sem interferência externa um determinado ambiente sempre tende a se desordenar com o passar do tempo. Quando deixamos uma pedra de gelo fora da geladeira, ele irá se derreter até se transformar em uma poça dágua.

O pecado, destarte, tirou a ordem do universo, substituindo-a por um princípio de caos. O pecado, semelhantemente a uma célula cancerígena, não se submete a ordem do organismo, se reproduzindo desordenadamente a seu bel prazer, contaminando e destruindo a vida. O pecado, em tão pouco tempo, se espalhou, criando raízes profundas no homem, tornando-se cada vez mais disseminado, comum. Em pouco tempo, a semente de Caim, o homicida de seu irmão, assassinava por motivos banais, a saber, "porque ele me feriu" ou "porque ele me pisou" (Gn 4:23b). A iniquidade cresceu sobremaneira levando Deus a castigar a humanidade através do dilúvio (Gn 6:5-7). Todavia, mesmo demonstrando Sua graça a Noé, poupando-o da morte certa pela salvação da Arca, o problema do pecado não foi eliminado. Pois, tão logo Noé saiu da mesma, plantou uma vinha e se embebedou, cometendo pecado perante o Senhor (Gn 9:20-27).

De forma similar, procurou Deus encontrar um justo na terra (Sl 14:2-3), não o achou mesmo dentre todos os heróis da fé que escolheu: Abraão, Jacó, Moisés, Davi... Todos eles (assim como toda a humanidade) pecaram diante de Deus e careciam de Sua glória (Rm 3:23). Por conseguinte, Deus, Ele mesmo, mediante Seu braço forte desceu à terra, fazendo-se carne para através de Sua obra trazer justiça e juízo a terra, devolvendo a ordem à criação (Is 59:16; Jr 33:15; Jo 1:14). Ele é o Verbo de Deus, Cristo Jesus. Assim como, no princípio, por intermédio Dele deu ordem ao caos - por intermédio de Sua Palavra disse "Haja luz" (Gn 1:3) - agora, pela consumação da obra na Cruz, devolve ordem à desordem do pecado! Sendo desta maneira, a ira de Deus manifestada no Calvário, na morte do Filho de Deus, a consumação da salvação não só do homem, todavia de toda a criação, a libertação do poder da morte advinda pelo pecado:


Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoração, a saber, a redenção do nosso corpo. (Rm 8:19-23)

Todo o universo está esperando a plenitude da Salvação em Cristo, destinada a todos aqueles que crêem em Seu nome! Todo aquele que ouve a voz do Senhor e o obedece, o segue, é Sua ovelha (Jo 10:27), é similar ao contrutor que edifica sua casa na pedra (Mt 7:24-27). Ora, esta é a Rocha de nossa Salvação, nosso libertador. Rocha significa segurança, firmeza, constância e ordem. A areia é o inverso: denota desconfiança, instabilidade, inconstância e caos. A areia é formada pela decomposição da rocha pela erosão, por ação do vento e da água. A areia é a pedra fragmentada, em processo de desordem. Dessa forma, pode-se inferir que todo aquele que não se firma em Cristo, está edificando sua vida em desordem e, consequentemente destinado à destruição!

Agora, nós, crentes, mediante Sua morte, estamos livres da ira vindoura (Rm 5:9; 1Ts 1:10). As "tempestades" e tribulações reservadas aos ímpios não nos alcançarão, pois, nossa fé está edificada em Cristo, a Pedra Angular (1Pe 2:4-5). Por isso declara o Senhor: "Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome" (Sl 91:14). Esta é a promessa para todos aqueles que conhecem Seu nome, que não pereçam na ira divina mas estejam em segurança firmados na Rocha! Afinal, ter a vida eterna, conforme Cristo afirma, simplesmente, não significa conhecer a Deus?

Conclui-se que a ira de Deus é vital para a própria existência do universo. Sem ela, sem as intervenções divinas, toda a criação seria dizimada pelo processo de entropia iniciado pelo pecado original. A ira divina é um instrumento do Senhor para executar sua justiça e juízo, defendendo seu caráter santo. E foi pela vida, morte e ressurreição de Seu filho Jesus, que a Ira de Deus foi consumada, restaurando a ordem divina à criação, destinando pela predestinação alguns, aqueles que crêem, à salvação, e outros, aqueles que rejeitam a verdade, à perdição.